Cordão umbilical: mitos e verdades sobre o clampeamento tardio

O nascimento de um bebê é um momento único e cheio de escolhas importantes. Uma dessas decisões envolve o clampeamento tardio, um tema que, muitas vezes, gera dúvidas e controvérsias. 

O clampeamento tardio do cordão umbilical é uma prática que tem ganhado cada vez mais atenção devido aos seus benefícios para o recém-nascido, mas também é cercado por mitos que podem confundir as gestantes.

É normal que as mães se perguntem se essa decisão é a melhor para o bebê, especialmente com tanta informação disponível. O que é fato? O que é mito? Como saber se o clampeamento tardio é realmente indicado? 

Vamos explorar esses pontos de forma clara e acessível, para que você possa entender melhor e fazer escolhas conscientes para o seu parto.

O que é o clampeamento tardio e como ele funciona?

O clampeamento tardio é o ato de esperar alguns minutos após o nascimento do bebê para cortar o cordão umbilical. Ao contrário do clampeamento imediato, que ocorre logo após o parto, essa prática permite que o sangue do cordão continue fluindo para o bebê por mais tempo.

Essa transferência de sangue é rica em nutrientes, oxigênio e, principalmente, ferro, que é essencial para o desenvolvimento cerebral e o fortalecimento do sistema imunológico. Estudos apontam que o clampeamento tardio pode aumentar os estoques de ferro do bebê por até seis meses após o nascimento, reduzindo significativamente o risco de anemia infantil.

Geralmente, o tempo de espera para o clampeamento tardio varia entre 1 a 3 minutos, mas pode ser ajustado de acordo com a condição do bebê e do parto. A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que, sempre que possível, o cordão seja pinçado após pelo menos 1 minuto, para otimizar os benefícios.

Benefícios comprovados do clampeamento tardio

Os benefícios do clampeamento tardio são amplamente documentados, especialmente para a saúde do recém-nascido. Um dos principais é o aumento do volume sanguíneo no bebê, que pode ser até 30% maior quando o procedimento é realizado.

Esse sangue adicional transporta hemoglobina e ferro, dois elementos fundamentais para o crescimento saudável. Um estudo publicado no American Journal of Obstetrics and Gynecology demonstrou que bebês submetidos ao clampeamento tardio apresentaram menor incidência de anemia nos primeiros meses de vida.

Além disso, o procedimento ajuda a melhorar a circulação e a oxigenação do organismo do recém-nascido, o que é especialmente benéfico para bebês prematuros. Em muitos casos, pode até reduzir a necessidade de transfusões de sangue nesses bebês mais vulneráveis.

Mitos sobre a prática

Como acontece com muitos temas relacionados ao parto, o clampeamento tardio é cercado por mitos que podem causar dúvidas desnecessárias.

Mito: O clampeamento tardio aumenta o risco de infecções.

A verdade é que, quando realizado em um ambiente seguro e higienizado, o clampeamento tardio não aumenta o risco de infecções para a mãe ou o bebê.

Mito: Bebês ficam mais suscetíveis à icterícia por receberem mais sangue.

Embora o volume adicional de sangue possa contribuir para um leve aumento na bilirrubina, a icterícia é monitorada e tratada facilmente nos primeiros dias de vida, se necessário.

Mito: Só é benéfico para partos normais.

Essa é outra confusão comum. Mesmo em cesáreas, o clampeamento tardio pode ser realizado, dependendo das condições da mãe e do bebê.

É importante conversar com o seu médico sobre esses mitos e esclarecer todas as suas dúvidas. O conhecimento é o melhor aliado para tomar decisões informadas e seguras.

Clampeamento tardio: é para todas as gestações?

Embora o clampeamento tardio seja amplamente recomendado, há algumas situações em que ele pode não ser a melhor escolha. Em casos de emergências obstétricas ou se o bebê precisar de reanimação imediata, por exemplo, o clampeamento pode ser feito mais cedo para priorizar outros cuidados.

Para partos prematuros, ele é altamente benéfico, mas deve ser avaliado pela equipe médica com base nas condições específicas do bebê. Esse é um dos motivos pelos quais é tão importante planejar o parto e discutir essas decisões com antecedência com o seu obstetra.

A individualidade de cada gestação deve sempre ser respeitada, e o mais importante é garantir o bem-estar da mãe e do bebê em todas as circunstâncias.

Como decidir pelo clampeamento tardio?

Decidir pelo clampeamento tardio é uma escolha que envolve diálogo, planejamento e, principalmente, informações confiáveis. Converse com o seu médico sobre as suas preferências e pergunte como o procedimento pode ser integrado ao seu plano de parto.

Se você está planejando um parto humanizado, é interessante incluí-lo no seu plano e garantir que a equipe médica esteja alinhada com a sua decisão.

Estar bem informada é fundamental para tomar decisões que respeitem as suas necessidades e expectativas. E o papel do médico é estar ao seu lado, orientando e apoiando você em cada etapa desse processo tão especial.

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Escolha o melhor para você e seu bebê

O clampeamento tardio é uma prática que pode trazer muitos benefícios para o seu bebê, especialmente nos primeiros meses de vida. Entender o que é mito e o que é verdade sobre esse procedimento permite que você tome decisões conscientes e alinhadas às suas necessidades.

Se você tem dúvidas ou quer saber mais sobre como planejar um parto respeitoso e seguro, agende uma consulta comigo pelo botão abaixo. Vamos conversar sobre suas expectativas e criar um plano que valorize o que é mais importante para você e seu bebê.