Síndrome dos ovários policísticos (SOP) e gestação: como lidar com os riscos e complicações

A SOP e a gestação caminham juntas com muitos desafios, dúvidas e, para muitas mulheres, também com medo. 

Eu recebo com frequência no consultório mulheres que sonham em engravidar, mas que convivem com a síndrome dos ovários policísticos e têm receio de não conseguir. É um tema sensível, e precisa ser tratado com acolhimento e informação segura.

A SOP é uma condição hormonal comum, que afeta diretamente o ciclo menstrual, a ovulação e o metabolismo. E quando a mulher com SOP engravida, é natural que surjam perguntas: “Minha gestação corre mais riscos?”, “Vou conseguir levar até o fim?”, “O bebê vai se desenvolver bem?”. 

É sobre isso que vamos conversar com carinho e profundidade ao longo deste artigo. Minha intenção aqui é te acolher, te informar e mostrar que sim, é possível ter uma gestação saudável mesmo convivendo com a SOP. 

O que é a SOP e como ela impacta a fertilidade?

A SOP e a gestação estão diretamente ligadas, pois a síndrome afeta o funcionamento dos ovários, dificultando a ovulação regular — o que torna a concepção naturalmente mais desafiadora. A mulher pode passar meses sem menstruar ou apresentar ciclos longos, o que diminui as chances de engravidar sem auxílio médico.

Além disso, a SOP está associada à resistência à insulina, aumento dos níveis de testosterona e, em muitos casos, ganho de peso e acne. Esses desequilíbrios hormonais impactam todo o eixo reprodutivo. Segundo a Endocrine Society, mulheres com SOP têm mais chance de sofrer com infertilidade anovulatória (quando não há ovulação).

Mas isso não significa que a gravidez é impossível. Com o tratamento correto, é possível restaurar a ovulação e promover a fertilidade. Em muitos casos, estratégias como mudanças no estilo de vida, uso de medicamentos para estimular a ovulação e acompanhamento de perto com ginecologista e endocrinologista fazem toda a diferença.

Quais os riscos da SOP durante a gestação?

Quando falamos sobre SOP e gestação, precisamos considerar alguns riscos que podem ser mais comuns em grávidas com essa condição. Entre eles, o aumento da chance de pré-eclâmpsia, diabetes gestacional, parto prematuro e maior índice de cesáreas. Essas complicações não são regras, mas merecem atenção.

A resistência à insulina, presente em grande parte das mulheres com SOP, aumenta a probabilidade de desenvolver diabetes gestacional. Isso exige um controle rigoroso da alimentação e da glicemia ao longo da gravidez. Um estudo publicado no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism apontou que gestantes com SOP têm duas vezes mais chances de desenvolver diabetes gestacional.

Outro fator importante é o risco de pressão alta. A pré-eclâmpsia, uma condição séria, pode surgir especialmente em mulheres com SOP, exigindo cuidados rigorosos com o pré-natal, acompanhamento da pressão arterial e vigilância constante do bem-estar do bebê.

Como lidar com a SOP antes e durante a gravidez?

O primeiro passo para lidar com SOP e gestação de forma mais segura é começar o preparo antes de engravidar. Isso inclui ajustar o peso corporal, regular os níveis de insulina e glicose, equilibrar os hormônios e, claro, cuidar da saúde emocional. Sim, a ansiedade e o estresse também impactam a fertilidade.

Durante a gestação, o acompanhamento precisa ser ainda mais próximo. O ideal é contar com uma equipe multidisciplinar: obstetra, endocrinologista e nutricionista. Com esse apoio, é possível monitorar o crescimento fetal, controlar os níveis de açúcar no sangue e prevenir complicações desde os primeiros meses.

A alimentação tem um papel essencial. Dietas com baixo índice glicêmico, ricas em vegetais, proteínas magras e gorduras boas ajudam a equilibrar os hormônios e manter a saúde da gestante e do bebê. Exercícios físicos leves e regulares também contribuem para a regulação da insulina e do humor.

Quais sinais merecem atenção especial?

Durante a gestação de mulheres com SOP, alguns sinais precisam ser observados com mais atenção:

  • Ganho de peso excessivo
  • Pressão arterial elevada
  • Inchaço repentino
  • Dores de cabeça intensas 
  • Alterações na visão 

Esses sinais não devem ser ignorados. São sintomas que podem indicar o início de complicações, como a pré-eclâmpsia.

Outro ponto importante é o controle do crescimento do bebê. Em alguns casos, a circulação placentária pode ser afetada. Por isso, os exames de imagem, como o Doppler, tornam-se grandes aliados para avaliar a saúde do bebê dentro do útero.

E por fim, precisamos cuidar da saúde emocional. O medo de não conseguir engravidar ou perder o bebê pode gerar muita ansiedade. É essencial que a mulher com SOP se sinta acolhida e segura ao longo da gestação. Quando a mulher entende o que está acontecendo com seu corpo, ela ganha confiança e protagonismo no seu processo de ser mãe.

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SOP e gestação com segurança e acolhimento

A SOP e a gestação não são incompatíveis. Com informação, acompanhamento e carinho, é sim possível viver uma gravidez saudável, plena e segura. O mais importante é que você esteja cercada de profissionais que olhem para você como um todo — corpo, mente, emoções e sonhos.

Se você tem SOP, sonha em ser mãe ou já está grávida e busca um cuidado mais próximo, humano e individualizado, estou aqui para te acompanhar. Vamos construir um caminho de saúde e segurança para você e seu bebê.

Agende sua consulta comigo pelo botão abaixo e vamos conversar sobre a melhor forma de cuidar da sua fertilidade e da sua gestação.